O atirador Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, mandava as crianças virarem para a parede antes de matá-las, disse a estudante Jade Ramos Araújo, 12 anos, que estava na escola na hora do ataque.
“Ele gritava para as crianças: ‘Vira para a parede que vou te matar!’ As crianças gritavam, implorando: não me mata, não, moço!”, contou a menina, completando que ele mandava alguns estudantes se ajoelharem antes de disparar. “Vou te matar, não adianta correr”, afirmava Wellington.
De acordo com Jade, muitas crianças ficaram em estado de choque, sem ação, e outras desmaiaram diante da situação de pânico.
“Muita gente entrou em choque, desmaiou na escada, e aí que ele matou mesmo. Desmaiaram muitas pessoas. Ele atirava nos pés de outros, e as crianças passavam a pedir: ‘Me ajuda, me ajuda, não me deixe morrer”, disse a menina.
A menina disse que, por medo, evitou olhar para o atirador. Nos corredores da escola municipal, uma cena que nunca vai esquecer. “Parecia uma cachoeira de sangue, com sangue escorrendo feito água”, disse. “Tinha muita gente morta na escada, mais meninas que meninos”.
Nos primeiros minutos do ataque, a professora da menina chegou a cogitar que os barulhos fossem explosões de bexiga. Porém logo duas meninas entraram na sala e avisaram do que se tratava. A turma então subiu para o terceiro andar, tentando fugir. No novo abrigo, a professora “trancou a porta com cadeira, mesa, armário, tudo o que tinha”.
Enquanto ouvia tiros, Jade ficou “abaixada, encolhidinha”. “Eu estava com medo de morrer e, para me tranquilizar, fiquei desenhando na minha mão. Desenhei uma casa, que era onde eu queria estar, para me tranquilizar”, disse a menina.
Como não se emocionar com isso?